Chegamos na época do Carnaval e, em breve, o ano de 2016 vai engrenar de verdade. Antes disso, vamos participar das festas com alto astral e lembrar de ficar longe dos problemas médicos. Podemos comparar a folia de um bloco de carnaval, ou de um passista em uma escola de samba, a uma corrida de 5km e até mesmo de 10km. Obviamente, dependendo do que cada um fizer nesta verdadeira prova de rua.
Certa vez participei de uma matéria sobre o desfile das escolas de samba no programa do Fantástico, da TV Globo. Calculamos o gasto calórico da princesa de bateria, uma modelo bem treinada, e do mestre da bateria, e a diferença entre os dois foi enorme. A princesa, ao fim do desfile de uma hora, havia gasto quase quatro vezes mais que o “pesado” mestre em quantidade de calorias. A tarefa física de cada um deles naquele percurso foi completamente diferente, bastava acompanhá-los para entender o que havia acontecido. Um dança com o corpo todo e por todos os segundos, enquanto o outro gesticula muito com os braços e quase que só se arrasta com os pés, literalmente sem sambar.
Passistas idosos e populares de meia idade destreinados que participam de outras alas no desfile das escolas de samba, como a ala das baianas, podem sofrer com problemas circulatórios. Casos de morte súbita por infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, além de arritmias cardíacas letais e as famosas crises de hipertensão arterial são consideradas as mais comuns. Conclusão: boas condições físicas e médicas são essenciais para pular o carnaval. Se estiver em tratamento, pergunte sempre ao seu médico se você está liberado.
Fantasias pesadas e problemas de saúde podem prejudicar quem desfila na Marquês de Sapucaí (Foto: Getty Images)
No carnaval, as reposições de água e carboidratos deve ser a mesma feita em uma corrida, principalmente se for em um calor desgastante. Não economize isotônicos, além do BCAA e da maltodextrina. Sempre alertamos às gestantes e os cardiopatas que bebem isotônicos para terem cuidado e não exagerarem, afinal, são líquidos compostos por açúcar e sal. A ANVISA não os considera bebidas, como os refrigerantes, eles são apenas ótimos reidratantes para o caso de grande desgaste nos exercícios físicos como os de atletas e esportistas.
Bebidas alcoólicas misturadas com energético podem prejudicar e afetar o organismo (Foto: Getty Images)
O uso de energéticos é liberado sem restrições, mas seu consumo associado a bebidas destiladas de alto grau alcoólico, como vodca ou uísque, pode se tornar um risco para o organismo. O energético é um fraco estimulante cerebral, porque apenas tira o sono quando ingeridas de uma a duas latas por vez. Quando é misturado a bebidas destiladas, ocorre a depressão neurológica (efeito do álcool). Imaginem o que acontece no comportamento psicológico e neurológico, uma verdadeira “guerra intracerebral”. Alguns ainda misturam a famosa pílula azul, aí a encrenca pode resultar em mais problemas cardiovasculares. Tudo isso pode terminar, como temos visto com maior frequência nos fins de semana, em uma maca ou em um leito de UTI.
Portanto, a boa diversão implica em conhecer seus limites físicos, além de manter uma alimentação adequada, o que é básico. Manter o controle sobre o consumo de bebidas energéticas e dos fermentados, como a cerveja e vinho, e não beber termogênicos, que são proibidos no Brasil pelo risco de morte súbita.
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