Luana Piovani em entrevista para a PLAYBOY (Foto: Guillhermo Giansati)
Por Sérgio Xavier Filho
Você sempre foi vaidosa com seu corpo, só que hoje esses seios garantem o leitinho das crianças. Mudou tudo? Os seios sempre foram presentes na minha vida. Eles sempre foram muito [pausa para um sorriso orgulhoso] bem falados. Eu era uma tábua. Minha avó falava: “Toma água na concha que o peito cresce”. Só menstruei aos 13 anos. Tudo demorou. Amamentei o Dom só com o peito, não tenho leite para todas as mamadas dos gêmeos. Com o Dom eu era mais radical, nem tirava leite. Agora tiro, assim deixo com a babá e consigo dormir umas seis horas por noite.
Ter seios é fundamental? Você, se referindo a Carolina Dieckmann, disse que uma personagem “gostosa” precisava ter peito. Na beleza ideal, acho que sim, são fundamentais. Acho, por exemplo, que a Vênus de Botticelli tem menos peito do que deveria. Gosto da harmonia. É preciso cintura fina, quadril largo e uma boa curva em cima também.
Na sua opinião, só o silicone salva em certos casos? É preciso parcimônia. Se colocar o silicone errado você perde até a cintura e o quadril bonito que tinha antes.
Não há um abuso do silicone? A mulher está perdendo a mão. Quem não tem nada de peito não pode, de repente, aparecer com um peitão. É caso de psiquiatra. Precisa haver uma proporção. Se você não tem nada, coloca um pouquinho. Se colocar demais, fica um monstro.
Como você virou artista? Nunca imaginei que isso fosse acontecer. Morava em Jaboticabal, no interior de São Paulo. Minha mãe veio trabalhar no Banespa em São Paulo. Eu tinha de 11 para 12 anos. Sugeriram ao meu pai que eu fizesse um teste. Aí já apareceu um comercial da Tang. Pronto, minha carreira começou. Minha primeira capa de Capricho saiu quando eu tinha 15 anos. Aos 16, entrei na minissérie Sex Appeal, da Globo.
Quando você se sentiu pela primeira vez bonita? Em Jaboticabal. Já tinha tido o primeiro namorado, o primeiro beijo na boca, isso com 12 anos. Senti que os meninos das séries mais altas começavam a me olhar diferente. Tinha bilhetinho, menino esperando na saída do balé. Senti que “opa, estou sendo notada”.
E você já estava saindo de Jaboticabal. É, faltou tempo… Quer dizer, passei um rodinho de leve, dei uns beijinhos na boca bons…
Chegando a São Paulo, não deu para seguir no pique? Nessa época fiz uma cagada: tentei ser paquita! Aí tentei dar uma clareada no cabelo e ficou uma merda. Tinha 13 anos, o cabelo foi crescendo e corrigindo, mas a merda ficou daqui [segura cabelo na atura do queixo] para baixo. Aí menino já me sacaneava no colégio, me chamava de paquita. Fora que tudo era diferente. Em São Paulo o tênis é Nike, não é Montreal, e a calça é Zoomp.
Você chegou a contar essa história algum dia para Xuxa? Sim, falei, disse a ela que tentei ser paquita. Mas ela deve cansar de ouvir isso. Todo mundo que foi menina naquela época mandou uma carta tentando ser.
“Nessa época fiz uma cagada: tentei ser paquita! Aí tentei dar uma clareada no cabelo e ficou uma merda”
Sua mãe só soube de sua primeira transa pelas páginas de PLAYBOY [20P, maio de 1995]?Foi punk. Não podia usar a mídia para contar algo assim. Eles ficaram bem chateados. Perdi a virgindade com 17 anos, morava com eles.
Você chegou a reencontrar o “felizardo”? Algumas vezes [um sorriso algo constrangido]. … uma pessoa casada, tem filho. Mas não tem como, não posso fingir que nada aconteceu. Quer dizer, finjo.
Emílio Surita contou para PLAYBOY que as “sandálias da humildade” do Pâniconasceram numa reunião de pauta por sua causa. Você foi a inspiração, o exemplo da artista arrogante… Já ganhei um primeiro processo contra eles. Eles não podiam citar meu nome, usar minha imagem, nem se aproximar. O problema é que, ao trocar de emissora, muda tudo. Por isso já abri o segundo processo contra a Rede TV. No que eles foram para a Band, eu me fodi, voltaram a falar de mim.
Luana Piovani em entrevista para a PLAYBOY (Foto: Guillermo Giansati)
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